“Será que meu condomínio é caro?”. Todo mundo que tem essa entre as faturas do mês provavelmente já fez esse questionamento em algum momento. A disparidade entre as menores e maiores taxas condominiais se deve a uma série de variáveis que vão desde a localização, de acordo com cada município e bairro, aos diferentes tipos de serviços ofertados pelos condomínios.
Um levantamento da uCondo, startup de gestão de condomínios, mostrou que a média da taxa condominial no Brasil é de R$ 634,24 — sendo o menor valor partir de R$ 72,00, e o maior podendo chegar até mais de R$6.000,00 —, o que equivale a 45% do salário mínimo (R$ 1.412,00). A sondagem foi realizada com 3.330 condomínios de todos os estados brasileiros.
O setor está em crescimento e acompanha a tendência de urbanização e múltiplos estilos de vida. Em uma mesma cidade, as pessoas encontram condomínios maiores com áreas de lazer, salão de festas, piscinas, coworkings e muitas outras opções. Da mesma forma, encontram prédios com poucos moradores ou nenhuma comodidade.
“Os próprios moradores, em reuniões e convenções, também fazem escolhas que impactam na taxa. Vemos que o que mais pesa nas contas são as folhas de pagamentos para funcionários fixos, como porteiros e zeladores. Se é algo que o condomínio não pode mais arcar, alternativas são criadas, como uso da tecnologia”, comenta Léo Mack, cofundador e COO da uCondo.
Léo Mack
Cofundador e COO da uCondo
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação afetou consideravelmente o custo do condomínio, que aumentou 6,74%, um impacto diante de outros custos também, como a taxa de água e esgoto, que subiu 10,08% e entra também na conta dos condôminos.
Nesse cenário, não é surpresa, portanto, que os dados da Serasa de fevereiro de 2024 indiquem 72 milhões de brasileiros em situação de inadimplência. “Sem dinheiro para pagar todas as contas, os brasileiros acabam quitando as mais básicas e urgentes, e a do condomínio se torna uma dívida, virando uma “bola de neve””, alerta o síndico Raphael Ferreira.
Raphael também explica que, quando há moradores sem pagar a taxa condominial, todos os condôminos arcam com isso, o que também influencia no valor mensal condominial. “As contas precisam fechar e quando a inadimplência aumenta, a taxa sobe para suprir essas falhas no balanço”, reforça.
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